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Só tem atores negros
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Branco mal aparece como figurante, na cena do
restaurante. Este tratamento é similar ao que os filmes brancos costumam fazer,
só que ao revés.
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Não é diretamente sobre racismo, nem sobre homossexualidade
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É sobre a corporeidade, sobre o corpo negro
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O corpo negro a serviço de que, a serviço de
quem?
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Little: o corpo frágil que ‘não combina’ com os
negros, que têm de suportar o rojão da existência mais do que os brancos;
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Juan: o corpo negro a serviço da morte;
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Teresa: o corpo negro fetichizado e
hiperssexualizado;
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A mãe: o corpo negro consumido pelas drogas,
devastado;
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Chiron adolescente: o corpo negro que, ativa ou
passivamente, só conhece a linguagem da violência; Mesmo o amor é respondido
com violência.
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Black: o corpo negro brutalizado; O jovem adulto
usa a academia e os músculos como escudo para uma fragilidade interna; o corpo
negro está fechado, blindado, comprimindo no peito os sentimentos, escondendo
uma sensibilidade que não é percebida como positiva.
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A quem é dado o direito de ser sensível?
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Talvez Chiron nem seja gay.
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Os bloqueios à sensibilidade e aos exercícios do
afeto nem sempre são explícitos, são tácitos.
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Um corpo negro sempre em fuga [da mãe, da
escola, dos amigos, da polícia]
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Chiron não é o homem negro. É um homem negro.
Não é um filme genérico sobre a negritude, mas a história de alguém,
idiossincrática, que é atravessado pelas condições de ser preto, ter uma mãe
viciada, ser percebido como gay, etc.
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O corpo negro, desacostumado a ser sujeito de si
mesmo, demora a se perceber.
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O corpo negro precisa encontrar as condições
para a sua própria satisfação, inclusive sexual.
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Para o corpo negro, os caminhos não estão
abertos.
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