segunda-feira, 29 de maio de 2017

Moonlight - fragmentos

·         Só tem atores negros
·         Branco mal aparece como figurante, na cena do restaurante. Este tratamento é similar ao que os filmes brancos costumam fazer, só que ao revés.
·         Não é diretamente sobre racismo, nem sobre homossexualidade
·         É sobre a corporeidade, sobre o corpo negro
·         O corpo negro a serviço de que, a serviço de quem?
·         Little: o corpo frágil que ‘não combina’ com os negros, que têm de suportar o rojão da existência mais do que os brancos;
·         Juan: o corpo negro a serviço da morte;
·         Teresa: o corpo negro fetichizado e hiperssexualizado;
·         A mãe: o corpo negro consumido pelas drogas, devastado;
·         Chiron adolescente: o corpo negro que, ativa ou passivamente, só conhece a linguagem da violência; Mesmo o amor é respondido com violência.
·         Black: o corpo negro brutalizado; O jovem adulto usa a academia e os músculos como escudo para uma fragilidade interna; o corpo negro está fechado, blindado, comprimindo no peito os sentimentos, escondendo uma sensibilidade que não é percebida como positiva.
·         A quem é dado o direito de ser sensível?
·         Talvez Chiron nem seja gay.
·         Os bloqueios à sensibilidade e aos exercícios do afeto nem sempre são explícitos, são tácitos.
·         Um corpo negro sempre em fuga [da mãe, da escola, dos amigos, da polícia]
·         Chiron não é o homem negro. É um homem negro. Não é um filme genérico sobre a negritude, mas a história de alguém, idiossincrática, que é atravessado pelas condições de ser preto, ter uma mãe viciada, ser percebido como gay, etc.
·         O corpo negro, desacostumado a ser sujeito de si mesmo, demora a se perceber.
·         O corpo negro precisa encontrar as condições para a sua própria satisfação, inclusive sexual.

·         Para o corpo negro, os caminhos não estão abertos.

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