segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O fascista e o jesuíta



“Como conversar como um fascista”, de Márcia Tiburi, é um livro necessário. Em primeiro lugar, o que fica evidente logo de cara é a sua atualidade. Diferentemente dos livros que temos visto até agora, que devem ser sempre observados à luz do distanciamento histórico em relação ao tempo em que foram escritos, ou ainda, que pretendiam açambarcar num único texto esse enorme e difuso conceito de brasilidade, Márcia Tiburi opta por um recorte temporal e temático que torna a sua prosa não apenas atualíssima, mas certeira e direta ao ponto, sem muitos salamaleques.

Confesso que, num primeiro momento, a linguagem me incomodou um pouco. O uso excessivo da tautologia, em especial nos primeiros capítulos do livro, dá a impressão de que a autora menospreza os seus leitores. Essa tautologia, expressa fundamentalmente na ausência de conectivos entre as orações e nas definições triangulares que se aproximam da redundância, gera uma preguiça na leitura. Depois, o ritmo vai se acertando, e o texto flui bem, embora, por se tratar de um texto de caráter mais filosófico, ele acabe sendo um pouco mais lento do que o temos lido até então.

Um dos grandes méritos de “Como conversar com um fascista” é, de certa forma, sistematizar no formato livro um conjunto de práticas e saberes que, bem ou mal, já povoam as mentes da esquerda e do anti-fascismo brasileiros, só que espalhados em textões de Facebook e vídeos com discursos políticos. Mesmo na aurora do século XXI, esse tempo estranho que habitamos, creio que livros ainda são importantes como elementos constitutivos de um discurso que precisa se fazer ouvir e ser disseminado. A internet, os artigos em periódico, os discursos em praça pública, as próprias manifestações políticas na rua, tudo isso é capaz de gerar uma voz coletiva e de abrir novos canais de diálogo e comunicação, mas o objeto livro, ainda que em suas versões virtuais, é dotado de um poder especial. O livro torna o conhecimento perene, e de alguma maneira, dobra o tempo no momento em que é publicado. Enquanto a voz das pessoas nas praças se perde em meio aos zunidos dos carros (ainda que ecoem em muitas cabeças, por muito tempo), enquanto os textões de Facebook se perdem no furor descontrolado das atualizações da linha do tempo, o livro permanece. Ainda que fale de coisas que são atuais para quem os lê hoje, o livro continua válido no futuro, mesmo que se reporte ao passado. O livro continuará a ser vendido nas livrarias, e depois nos sebos. É por causa disso que conseguimos, hoje, estudar “Casa-Grande & Senzala”, mas os jornais e revistas da época ou mesmo os discursos de Getúlio Vargas no período do Estado Novo não nos chegam com a mesma contundência.

Nesse sentido, acho que este livro é particularmente corajoso, porque, ao costurar essas ideias anti-fascistas, ele se constitui como arma. É preciso estar armado, com discurso e diálogo, para os tempos em que o fascismo recrudesce.

Márcia opõe as ideias de discurso e de diálogo ao longo de seu belo ensaio. Ao passo em que propõe o diálogo como a ferramenta para a construção de um mundo menos fascista, seu livro se erige como discurso. Como se trata de um discurso que se opõe à maior parte dos discursos que constroem e suportam o poder nos dias de hoje, podemos chamá-lo de contradiscurso (mas, ainda assim, discurso).

É importante deixar claro que não é problema ser/ter um discurso. Até mesmo porque, imagino que, no caso de Márcia Tiburi, ela própria tenha os seus canais de diálogo, indo às ruas e estando em contato direto com as pessoas, conversando, trocando ideias (um desses diálogos acontecerá no seminário ‘Cidades Rebeldes’, no dia 08 de março no cinema Odeon aqui no Rio de Janeiro).

Discordando um pouco da Márcia, portanto, que imagina que o diálogo é a grande arma na luta antifascista, penso que também o discurso, ou contradiscurso, pode ser uma arma nesta luta. Não me atrevo a precisar, entretanto, em que peso ou em que medida o discurso vale mais ou menos do que o diálogo. Mas o que é possível dizer sem muitas voltas é que este livro, o discurso deste livro que prega o diálogo, tem uma força grande, primeiro por nos alertar para o perigo fascista urgente e iminente, e em segundo lugar, por nos dar trilhas e caminhos de conduta.

Ainda nesta oposição diálogo x discurso, é interessante observar que o discurso do livro da Márcia, que fala sobre como conversar com um fascista, não é dirigido aos fascistas. Os fascistas não lerão este livro. Portanto, este é um livro dedicado aos antifascistas. Ora, por que então este livro é importante, se fala aos que têm as mesmas ideias da autora e que já compartilham de sua visão de mundo? Peço desculpas de antemão por não ter encontrado um exemplo melhor, e por usar este que, justamente, parece uma antítese do que as ideias da Márcia veiculam, mas se pensarmos na proposta de formato, de método, podemos imaginar que esta forma de construção é similar a de um pastor que incita os seus fiéis a evangelizarem os outros. O pastor não fala aos outros. Ele fala aos seus e pede para que falem aos outros. Assim também procede este livro da Márcia. A diferença brutal e marcante, todavia, que separa essas duas situações é que enquanto no exemplo do pastor temos o discurso (do pastor) para propagar o discurso (religioso) aos outros, no exemplo da Márcia temos um discurso (que já nasce como contradiscurso) para promover o diálogo com os outros (e tentar construir um mundo menos discursivo e mais dialógico).

Uma das coisas que mais gostei no texto da Márcia Tiburi é a tomada de posição. Não só a tomada de posição em si, mas a maneira como isso é feito. É evidente que tudo que é escrito e tudo que é dito está imbricado em uma postura ideológica. A ideologia é inescapável. A imprensa marrom (não seria este um termo racista, de associar ao marrom aquilo que achamos ruim e indesejável?), ou melhor dizendo, a imprensa ruim e majoritária que temos no Brasil assume posições inescrupulosas, manipuladoras e, não raro, escancaradamente mentirosas. Tudo isso, contudo, é muitas vezes disfarçado sob a alcunha do ‘jornalismo imparcial’ e, sobretudo, pela maneira com que o veículo se reporta à própria ética na sua ‘política editorial’.

Mas Márcia assume um lado. Ela não se esconde sob o véu da imparcialidade, e assume uma postura antifascista que é dita no próprio texto. Assumir-se como antifascista é uma atitude necessária nos tempos em que vivemos. O que me impressiona no texto da Márcia é a sensação de que ela rompe com uma certa tradição filosófica que não assume posições políticas. Mesmo se considerarmos a filosofia produzida desde o início do século passado, o que se vê é muita gente falando sobre o discurso, sobre a questão do ser, sobre o tempo, sobre a memória e sobre tudo aquilo que pode ser objeto da filosofia. Mas são poucos os textos filosóficos que, em vez de escolherem objetos, escolhem ser veículos de produção do sujeito, de um sujeito político. Márcia Tiburi vai por esse caminho.

Um outro ponto de ruptura em relação a uma certa tradição pregressa de fazer filosofia, é o modo como Márcia se refere a algumas coisas como ‘burrice’. Existe um melindre muito grande em chamar algumas coisas/pessoas/atos de burros. A burrice é um enorme tabu. Há mesmo quem advogue que não existe burrice, o que existe é falta de informação, o que existe são outros tipos de inteligência, o que existe é sempre uma outra coisa que não pode ser colocada sob o nome de ‘burrice’.

Creio que, talvez, este melindre que existe em chamar algo ou alguém de burro se deve precisamente ao desgaste que um julgamento deste tipo causa, à tomada de posição que muitos autores costumam evitar, e ao medo de que o texto possa ser percebido como algo que não seja para todos, ou que não possibilite o diálogo. Ora, Márcia, que toma posições de maneira aberta e que não tem medo quando escreve, define como burro justamente aquele que não se abre ao diálogo. Para a autora, burro é aquele que não conversa, que não se abre a uma opinião divergente, que refuta o diálogo e aceita o discurso.

Mas quem é o ‘burro’? Ora, não precisamos fazer muito esforço para entender que sempre tendemos a colocar essa pecha, esse rótulo, no outro. Nunca pensamos em nós mesmos como burros. No fim das contas, muitas vezes presumimos que a oposição inteligência x burrice é uma oposição discurso x contradiscurso, e vice-versa. Portanto, o mais inteligente é aquele que tem o melhor discurso em oposição ao discurso do outro, que seria um discurso pior. Nessa equalização, o diálogo não entra como possibilidade. Se só existe discurso, não existe diálogo.

Se abandonarmos essa dicotomia, em que tradicionalmente pensamos a nós mesmos como inteligentes porque temos o que consideramos o melhor discurso, ou o discurso legítimo ou, para sermos ainda mais radicais, o discurso verdadeiro, e optarmos por seguir o caminho apontado pela Márcia, em que a oposição inteligência x burrice deriva de uma oposição diálogo x discurso, podemos pensar na burrice de nós mesmos.

Quando é que somos burros? Quando é que não nos abrimos ao diálogo e, perigosamente, nos agarramos aos nossos próprios discursos (mesmo quando contradiscurso)?

Ao longo do livro Márcia nos propõe essa questão o tempo todo. Muitas vezes, ela nos confronta em temas que envolvem a política, como a questão indígena e as questões de gênero, por exemplo. Gostaria, entretanto, de tomar outro caminho.

De tudo que temos visto no Grupo de Estudos de Botafogo, imagino que o livro que mais dialogue com o da Márcia Tiburi é o “Eu não sou cachorro, não”, do Paulo César Araújo.

Acho que talvez seja no campo das manifestações artísticas em que nosso vício e nossa crença na infalibilidade do discurso se apresentem de maneira mais evidente.

O livro de Paulo César Araújo (cujas reflexões feitas por mim podem ser vistas aqui) explora a temática da música brega nos anos 1970. E ele o faz contrapondo este estilo de música essencialmente popular de cantores como Wando e Nelson Ned, tanto ao discurso (da ordem, dos militares) quanto ao contradiscurso (da Tropicália, do Chico Buarque, da MPB).

O estilo de música ao qual damos o pejorativo nome de brega não está na historiografia da música brasileira. Quando alguém pensa na música dos anos 1960 e 1970 pensa na Jovem Guarda, como representante do discurso, e na Tropicália, como representante de um contradiscurso, de uma contracultura. Não fosse a pesquisa de Paulo César de Araújo e essas músicas teriam caído na vala comum de tudo que a História fez questão de esquecer.

E o que tem a Márcia Tiburi com isso? Ora, tem tudo a ver. A música brega, a verdadeira música popular dos anos 1960 e 1970 foi subsumida por uma total falta de empatia das elites, tanto do discurso como do contradiscurso, com os segmentos populares.

Esta falta de empatia não possui outra causa senão a falta de diálogo, a falta de troca genuína entre as pessoas ricas e as pessoas pobres. É isso que faz, por exemplo, com que Celso Furtado tenha podido tão desbragadamente desumanizar as pessoas pretas no seu discurso (como pode ser visto aqui). É a falta de empatia, de diálogo.

Por que não aceitamos Romero Britto? Por que o julgamos brega, ruim, de baixa qualidade? Porque, por detrás de todo aquele que ri de Romero Britto, por detrás de todo aquele que não aceita que Claudia Leitte possa ser favorecida por uma lei de incentivo à cultura como a Lei Rouanet, existe alguém que não tem empatia, que não dialoga, que não aceita que uma arte possa ser verdadeiramente popular porque não acredita que o outro possa ser sujeito de si mesmo. Essas pessoas ainda acreditam que esse outro, que não teria capacidade para tomar as próprias decisões a respeito do que quer e do que gosta, deveria ser tutorado em seus gostos artísticos.

Existe uma lógica jesuítica que opera na sociedade brasileira. Creio que o livro de Márcia, ao menos para mim, tenha deixado isso um pouco mais claro. A verdade não é que não reconheçamos o outro. Até o reconhecemos, muitas das vezes. Mas o reconhecemos apenas como objeto de nós, como objeto de um ‘mesmo’ (Márcia trabalha com essa dicotomia mesmo x outro e também com a dicotomia sujeito x objeto.)

Essa lógica jesuítica a que me refiro tem a ver com a noção de que há um outro, mas nós sempre nos colocamos no papel do ‘mesmo’ e sempre colocamos esse outro no papel do ‘outro’. Dessa forma, seremos sempre sujeito e o outro, sempre objeto. Não somos capazes de dar a esse outro o papel do ‘mesmo’, e sermos, portanto, um ‘outro’ para esse outro (a quem atribuiríamos ser ‘mesmo’). Como essa transposição de papéis não pode ser realizada, a via unilateral, sem diálogo, é necessariamente uma via de dominação.

O fascista é aquele que nega o outro, e que quando consegue o ver, o odeia. O jesuíta é aquele que vê o outro, e até é capaz de amar o outro, desde que ele continue cumprindo o seu papel de ‘outro’.

Esse ‘outro’, no mundo jesuítico em que vivemos, precisa ser protegido e, eventualmente, amado, mas sobretudo controlado, dominado.

As pessoas que reclamam do Bolsa Família não acham, necessariamente, que o pobre tem que morrer (esse seria o fascista). Essas pessoas acham que o pobre poderia ganhar uma cesta básica, para que não morresse de fome. Mas dinheiro? Dinheiro significa poder de escolha, de decisão. Significa empoderamento e perda dos mecanismos de controle e de dominação.

Portanto, existe um discurso que vaia o Bolsa Família batendo panelas. E existe um contradiscurso que afirma ser o Bolsa Família uma estratégia política importante justamente por causa do empoderamento. O que não existe muito é o diálogo. Dentre os que travam essa discussão, poucos são os que conhecem alguém que usa o Bolsa Família, e que conversaram com um usuário do benefício.

O mesmo acontece em relação ao SUS, por exemplo. Muito discurso, algum contradiscurso. Mas e diálogo? Quem é que trava uma conversa real com um usuário do SUS para saber, para ele, o que o Sistema Único de Saúde realmente significa?

Essa discussão pode ser levada para muitas outras searas. Mas gostaria de retomar a questão da arte.

No campo da arte, parece ter havido um esfacelamento do que aparece como discurso e como contradiscurso, especialmente a partir da abertura política brasileira no final dos anos 1980. Esse esfacelamento acaba por gerar uma espécie de discurso único, sem contradiscurso, que permeia toda a vivência da arte atual no Brasil.

Entretanto, a parte que se manteve à margem dos discursos e contradiscursos, sem diálogo, permanece na sua situação de marginalidade. A questão da arte popular no Brasil é tão grave que a música ouvida pela maioria da população não pode sequer ser chamada de música popular brasileira, uma vez que este termo, e sua sigla MPB, passaram a designar um tipo de música que é menos popular, no sentido de ser apreciada por uma classe média universitária, e não pela maior parte da população do Brasil. Essa questão da apropriação do nome é similar ao ato de se referir como ‘América’ apenas ao território dos Estados Unidos da América.

O que se fez com a música brega nos anos 1970 foi feito com o funk e com o rap nos anos 1990 e hoje é feito com o tecnobrega do Calypso, o axé de Claudia Leitte e, de certa maneira, com o soft funk da Anitta. E com Romero Britto, no caso das artes visuais. Trata-se de um processo de desculturalização.

Negar a essas manifestações o nome de ‘cultura’ encontra eco não apenas em um público tradicional da direita conservadora, mas também em muita gente por aí que se diz libertária, pró-direitos humanos, esquerda, gratidão.

A arte talvez seja a última fronteira da luta antifascista. É a fronteira do diálogo e da empatia, fronteira esta que raramente é ultrapassada.

Digo isso porque tenho a impressão, empírica, dentro dos meus círculos de conversa e de contato, que algumas pessoas são capazes de deixar de lado as próprias armaduras ao travar uma conversa política, ao discutir sobre as questões de gênero e de raça/etnia, e até ao se propor a desconstruir os próprios privilégios no sentido de ouvir o outro, as necessidades do outro, enfim, no sentido de passar a entender mesmo o outro como sujeito de si e das suas lutas, construindo coisas a partir de suas identidades como mulher/negro/gay/pobre/gordo/travesti etc.

No entanto, mesmo nesse grupo seleto de pessoas, que possui a capacidade e a práxis do diálogo e da empatia, mesmo nesse grupo de poucas pessoas, é raro, raríssimo, encontrar alguém que não jogue pedras no Romero Britto ou na Cláudia Leitte.

Parece que o campo da arte é o lugar, talvez por ser percebido como menos perigoso, onde não só a direita, mas também aquelas pessoas que se consideram de esquerda, empáticas e antifascistas, recrudescem suas posições de elite, e se fecham em copas, impedindo o diálogo com o gosto popular do outro, com a vivência popular do outro, com o que a arte popular pode comunicar a esse outro que não somos nós.

No campo da arte, fica patente o caráter jesuítico da sociedade brasileira, de direita ou de esquerda, do discurso ou do contradiscurso, que não é capaz de aceitar a autodeterminação das pessoas. A lógica jesuítica se manifesta como proteção (‘temos o dever de tirá-los dessa pobreza intelectual’) e como tutoramento (‘devemos apresentar coisas boas, como Chico Buarque, a essas pessoas).

Do alto de nossas vidas de elite sociocultural, não somos capazes de pensar que o outro pode escolher gostar de uma coisa ou de outra, que o outro pode curtir uma música porque a ele essa música diz alguma coisa, o comunica, de alguma maneira o toca.

Escamoteamos nosso preconceito cultural oriundo da falta de diálogo com critérios pretensamente objetivos: ‘Romero Britto não apresenta novidade estética’, ‘A música da Claudia Leitte tem letras pobres’, ‘Há outros artistas de maior qualidade que mereciam ganhar a Lei Rouanet, em vez da Claudia Leitte’, ‘A banda Calypso é brega e tem letras que ficam repetindo vogais’. Sempre vai haver um critério objetivo que se encaixe de forma perfeita para sustentar uma posição subjetiva.

Nesse sentido, quando negamos a arte popular, temos que fazer um esforço para entender que isso faz parte da nossa falta de diálogo e da nossa falta de empatia.

Portanto, é mais burro quem desqualifica ou nega essas manifestações apenas porque não estão no seu raio mais próximo de apreensão e quem sistematicamente as joga para escanteio por uma questão de ‘gosto’.

Vejo muita gente bradando contra Romero Britto como ontem se bradou (e ainda se brada) contra o funk, achando que essa atitude funciona como um cartão de visitas e um atestado de Inteligência.

Até pode funcionar como um cartão de visitas, mas o atestado é, inevitavelmente, de burrice.

Bradar contra a arte popular é uma maneira de se afirmar jesuíta, ou seja, de se afirmar como alguém controlador, dominador, infantilizador, desumanizador. É objetificar o outro e petrificá-lo nessa condição. É, de alguma forma, ser também fascista.