quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A leitura do livro A cidade no Brasil ocorreu durante a minha viagem de férias para Holanda e Bélgica. Por coincidência uma das cidades citadas no livro é Amsterdam, lugar onde passei a maior parte do tempo. Um certo dia parei em um dos canais da cidade para observar o mapa e pude compreender aquilo que o autor descrevia. Depois pensei no Rio, minha cidade natal. E, que ao longo dos últimos anos, ou talvez décadas, esteja passando por aquilo que Risério chama atenção logo nas primeiras páginas “crise urbana brasileira” e em seguida o autor nos provoca “(...) ou promovemos a transformação das estruturas fundiárias de nossas cidades, ou elas, as cidades, irão se encalacrar de vez, multiplicando seus absurdos (...), obrigação de quem quer que se dedique a pensar o Brasil (...) em especial à juventude”.

Entender o desenvolvimento das cidades é tão importante quanto entender o desenvolvimento da sociedade. Uma não existe sem a outra.

Algumas passagens me chamaram atenção. Indico abaixo pontos para reflexão (até pág. 100 e anexo):

1.     Risério aponta a Igreja como um dos autores de fracasso para o desenvolvimento das cidades “A Igreja Católica combatia o lucro” e Lisboa e Madri, ao logo do século XVII declinavam, enquanto outros centros europeus floresceram e se afirmaram.
2.     Outra passagem é que nos primórdios a América foi pensada como a possibilidade de construção de uma Nova Europa e que havia dois caminhos para materializar tal projeto. Contudo “o Brasil foi criado não para transformar ou transcender, mas para reproduzir Portugal”.
3.     Cidades renascentistas x barrocas.
4.     A discordância do autor com Sérgio Buarque, em Raízes do Brasil, sobre a ocupação do litoral x ocupação do interior e também sobre a comparação hispânica e a portuguesa no novo mundo.
5.     A segregação espacial, montada na estratificação social, não existiu desde sempre, de forma tão aguçada, no Brasil. Na cidade barroco-escravista, senhores e escravos conviviam o mesmo espaço central citadino.

6.     Me chamou atenção, no Anexo, o posicionamento do autor com relação ao “Projeto Amazônico”.

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